top of page

Por Dentro do Processo de Decisão: Como Nossas Mentes Escolhem

  • Foto do escritor: Marcelo Fiera
    Marcelo Fiera
  • 7 de jun. de 2023
  • 8 min de leitura

Atualizado: 14 de jun. de 2023

Desvendando os segredos por trás das escolhas!


Tornar alguém consciente, significa fornecer conhecimento, reflexão e informações, a ponto de expandir sua percepção e compreensão sobre algo, tornando mais claro seu entendimento sobre seus aspectos, implicações e consequências.


Claro, com a expectativa de entusiasmar novos comportamentos, decisões e ações capazes de transformar um cenário, gerando as oportunidades desejadas.


Processo de ideia sendo gerado
Como funciona o processo de decisão

Por isso, compreender o processo que conduz a uma tomada de decisão, e como ele está intimamente relacionado com a jornada que percorremos na aquisição de produtos/serviços, é fundamental para você gerar os pontos de interação ajustados as necessidades de cada fase do seu funil e criar uma experiência positiva para seus clientes e futuros clientes.


Afinal, já faz algum tempo que as etapas do funil não são lineares!


É sobre o processo de tomada de decisão e suas etapas que falarei a partir de agora.

Para facilitar, deixei abaixo uma trilha com todos os pontos importantes para você manter-se na direção certa:


A decisão


Quando você escolhe uma entre diferentes opções e alternativas, está tomando uma decisão.


É um processo cognitivo pelo qual você avalia e seleciona uma opção que acredita ser a mais adequada para atingir um objetivo.


Pode não parecer, mas a decisão não é uma ação isolada, ela faz parte de um processo mais amplo com diferentes etapas.


E sempre que esse processo é disparado na sua mente, vários pontos passam a ser analisados na tentativa de avaliar se os riscos envolvidos na escolha serão capazes de pacificar a dor sentida e principalmente, não a tornar ainda maior.


Aliás existe uma regra importante para reforçar esse ponto que é: Antes de tudo, não faça um mau negócio!


"A indecisão paralisa a ação. Tome uma decisão corajosa e então aja com ousadia." - Napoleon Hill

ree
A decisão de escolher entre diferentes opções nem sempre é uma tarefa fácil

Philipe Kotler, considerado a maior autoridade em marketing, abordou a importância da decisão em sua obra “Administração de Marketing”.


Enfatizando que as decisões são cruciais para o sucesso das organizações, afetando o alcance de seus objetivos. Ele destaca que as decisões podem variar em termos de complexidade, desde escolhas simples até decisões estratégicas de longo prazo.


Para Kotler, o primeiro estágio do processo de compra ocorre quando o indivíduo percebe a diferença entre seu estado atual e o estado que deseja, ou seja, quando ele reconhece a existência de uma necessidade.


Isso naturalmente, irá conduzi-lo a um momento de decisão e consequentemente a ação!


O processo de decisão


Como você verá abaixo, o processo de decisão inicia-se com a conscientização de uma necessidade e segue até a etapa de avaliação pós-decisão.


Vou considerar um processo de decisão de compra de um produto/serviço, mas pode ser igualmente considerado para outros contextos de negócio.


Dessa forma, o processo de decisão de compra pode ser tradicionalmente definido em 5 etapas:

5 etapas do processo de decisão

1) Consciência da necessidade/problema: É quando alguém inicia o processo de compra buscando informações na internet sobre a solução para um problema do qual ele já tenha ciência, ou que acaba tomando conhecimento durante uma pesquisa esporádica, leitura de notícias, vídeos, mídia social ou SEO;


2) Busca de alternativas: Após estar ciente da necessidade/desejo, inicia-se a busca por informações a respeito das formas existentes para se pacificar o problema (necessidade);


3) Análise das alternativas: Na sequência, depois de informar-se a respeito dos meios disponíveis para solucionar o problema, passa-se automaticamente para a análise das alternativas encontradas. O objetivo é avaliar o custo e os benefício de cada alternativa, adequando sua viabilidade ao cenário;


4) Decisão de compra: Então, após escolher a alternativa que melhor atende a situação, ajusta-se as condições comerciais e decide-se a compra;


5) Comportamento pós-compra: Nesse ponto, será validado se as promessas realizadas no processo de decisão e entregues, atenderam as expectativas. Se o atendimento, entrega e performance do produto proporcionaram uma experiência excepcional.


Nesse caso, o cliente pode ser estimulado a recomendar e indicar a solução a terceiros.


5 etapas do processo de decisão da consciência até a pós-decisão
Fluxo de decisão em 5 etapas

Embora as etapas acima satisfaçam a maior parte dos processos decisórios, dependendo do produto/serviço envolvido, a decisão de compra pode tornar-se um processo mais complexo e extenso.


Normalmente, quanto maior a percepção de risco envolvido na aquisição, mais longo será o processo, pois mais aspectos se tornam necessários para se harmonizar as dúvidas de cada etapa.


Além disso, é necessário considerar que etapas adicionais podem surgir no processo, para adequação de pré-requisitos específicos de uma organização ou modelo de compra como licitações e pregões etc..


Decisão de compra complexa


A complexidade do processo de decisão de compra costuma ser geralmente puxada pela percepção de risco, que por sua vez, é muito influenciada pelo valor financeiro envolvido, performance e segurança.


É como ter várias portas a sua frente e apenas uma chance para escolher a porta certa. Quanto maior for a possibilidade de ganhos na porta certa e principalmente de perda atrás da porta errada, mais tempo você levará para escolher qual delas irá abrir, concorda?


Logo, decisões relacionadas a valores financeiros substancialmente altos, têm maior risco e percepção de risco associadas. Por consequência, são processos mais longos, onde existe uma maior exigência de elementos adicionais, a fim de pacificar as dúvidas existentes.


Além disso, existem diferentes atores envolvidos no processo, por exemplo:

  • Iniciador - sugere/solicita a compra do produto/serviço e reúne informações que ajudam na decisão.

  • Influenciador - pessoa com opinião e pontos de vista que influenciam na decisão.

  • Comprador - quem realiza a compra.

  • Decisor - quem decide se deve comprar (quando, o que, como e onde comprar).

  • Usuário - quem usa ou consome o produto/serviço que será comprado.

São as chamadas compras relacionais.

Podemos considerar como fatores de complexidade:

  • Envolvimento emocional;

  • Diversidade de opções;

  • Complexidade;

  • Percepção de risco alta (valor, performance e segurança);

  • Fatores culturais;

  • Fatores psicológicos;

  • Fatores sociais;

  • Fatores pessoais;

  • Fatores situacionais;

  • Vários atores no processo;


Equilibrista atravessa um vale pela corda bamba, a muitos metros de altura
Quanto maior o risco real ou percebido, maior o tempo necessário para decisão

Um exemplo de modelo complexo pode ser a compra de um sistema de automação industrial ou um novo módulo de gestão com a integração de processos administrativos e comerciais como Vendor Management.


Outro bom exemplo, pode ser a aquisição de uma franquia. Quanto maior o valor envolvido na operação ou quanto mais significante for o valor para quem está buscando o negócio, mais tempo será necessário para avaliar os riscos e pacificar possíveis percepções negativas e chegar a conclusão do negócio.


Decisão de compra simples


Por outro lado, alguns fatores podem contribuir para que o processo de decisão seja mais rápido.


É o caso das compras pontuais ou de baixo valor, onde a percepção de risco é minimizada e as decisões imediatas.


São compras transacionais e não exigem grande reflexão antes da decisão. Embora haja o risco, sua percepção é minimizada pois normalmente pode-se substituir facilmente o item/serviço comprado caso o mesmo não entregue satisfatoriamente a promessa ofertada.


São fatores que podem contribuir para agilidade do processo:

  • Urgência;

  • Experiência prévia;

  • Comoditização;

  • Recomendações e opiniões;

  • Oportunidade pontual;

  • Baixa percepção de risco;

  • Conveniência;


Equilibrista atravessando a corda bamba entre duas árvores a centímetros de altura do chão
Quando a percepção de risco é baixa, a decisão é imediata

Podemos usar como exemplo a aquisição de licenças de softwares, serviços de limpeza e material de escritório.


No entanto, vale lembrar que em qualquer aquisição, principalmente em processos corporativos, é importantíssimo assegurar a confiabilidade dos fornecedores envolvidos.



O risco e a percepção de risco


Quanto mais clara for a visão da recompensa frente aos riscos, maior será a probabilidade de o processo decisório ser concluído em menor tempo. Para isso, é necessário estar atento ao que poderá ser elencado como risco na decisão.


Na realidade, é preciso ficar atento a dois pontos que embora relacionados tem significados práticos diferentes que são o risco e a percepção de risco.


1) Risco: O risco é caracterizado pela probabilidade real de um evento indesejado acontecer. É uma avaliação objetiva que considera a análise de dados, estatísticas e outras informações que nos permitam avaliar o perigo e seu alcance.


Precisa ser objetivamente trabalhado, apresentando-se todas as garantias específicas que assegurem todos os pontos acordados de:

  • Prazos de entrega

  • Qualidade

  • Performance

  • Troca

  • Serviços

  • Atendimento

  • Suporte

  • Garantia, etc.


2) Percepção de risco: A percepção de risco por sua vez, está conectada com a forma como percebemos o risco e o interpretamos. É uma medida subjetiva baseada nas experiências, crenças, valores e emoções de cada pessoa, e pode ser influenciada por fatores psicológicos, sociais e culturais, como:

  • Contexto cultural (alto e baixo)

  • Experiências negativas com processos semelhantes

  • Pressão

  • Estado emocional agravado por outras circunstâncias do negócio

  • Disponibilidade financeira

  • Falta de planejamento

  • Falta de conhecimento sobre o item

  • Falta de relacionamento com o fornecedor

  • Depoimentos negativos de terceiros em processos semelhantes


Homem sentado sobre um fósforo que queima sobre um abismo
O risco e a percepção de risco

Lembre-se de uma coisa importante! Quando compramos algo, não estamos interessados no produto/serviço que está sendo comprado, mas nos benefícios associados a sua aplicação como por exemplo:


  • Mobilidade

  • Status

  • Credibilidade

  • Eficiência

  • Experiência

  • Saúde

  • Aparência

  • Autoestima

  • Competência

  • Pertencimento

  • Independência

  • Inovação


Por isso, a percepção de risco pode impactar mais do que um risco real e influenciar negativamente uma decisão de negócio.


Afinal, uma razão de risco real pode ser objetivamente trabalhada, enquanto uma percepção de risco pode não ter sua origem tão facilmente mapeada a tempo de ser esclarecida.


3x mais eficiente e econômico


O ambiente pode e irá interferir no processo decisório, em especial nas culturas de alto contexto e já falamos sobre isso em outro post (veja ele aqui).


Nossa mente é como um poderoso HD, onde estão registradas todas as nossas principais experiencias, emoções, crenças e medos, adquiridos e alimentados durante nossa vida.


Formam nossa programação mental e conduzem nossos processos cognitivos.


São responsáveis por nossas reações instintivas e espontâneas, que afetam nossa decisões. Aquelas sensações inexplicáveis de que algo vai dar certo ou errado, mesmo sem motivo como por exemplo:

  • Preconceitos infundados

  • Superstição

  • Ansiedade

  • Fobias

  • Influência social

  • Traumas

  • Condicionamento cultural


O fato, é que tentamos justificar nossas decisões com lógica, embora sejamos seres emocionais por natureza.


Apesar de ficar materializada na percepção do risco financeiro, a compra relacional busca dissolver pontos emocionais responsáveis pelas objeções.


Por isso, sabendo que vivemos em um país latino onde o contexto cultural é alto. Recomendo mais do que nunca, que você desenvolva estratégias comerciais que considere desenvolver relacionamento com seus clientes.


O relacionamento é uma conexão entre duas ou mais pessoas, e envolve interações, comunicação e trocas em uma construção contínua que resulta em confiança, respeito, compreensão e comprometimento, gerando ganhos mútuos.


Além disso, diversas pesquisas comprovam que estratégias baseadas em relacionamento e não invasivas como o Inbound Marketing, são mais eficientes e econômicas. Por exemplo a pesquisa realizada pela Demand Metric, que apontou que o marketing de conteúdo gera cerca de três vezes mais leads do que a publicidade tradicional, e a um com custo 62% menor.


Porquinho de moedas representando custo 62% inferior e grupo de pessoas interagindo com o conteúdo, simbolizando 3x mais geração de Leads
Inbound Marketing é 62% mais barato e 3x mais efetivo na geração de Leads

Promessas não cumpridas


Estamos habituados com promessas não cumpridas, a começar pelo fato de elegermos representantes e pagarmos impostos que deveriam assegurar acesso igualitário a saúde, educação, segurança, saneamento, moradia e alimentação a todos.


É uma bola de neve morro a baixo, que fica cada vez maior a cada expectativa gerada e não correspondida.


Por essa razão, desenvolvemos o instinto do ver pra crer!


Político levantando a mão direita em juramento enquanto cruza os dedos da mão esquerda, que está para trás escondida atrás
Estamos habituados com promessas não cumpridas

O relacionamento comercial se difere de um contato casual, pois está baseado em propósitos, colaboração, parcerias estratégicas, continuidade, compartilhamento, comunicação, compromisso e responsabilidade entre os envolvidos.


Não basta um documento legal ou certificações para reduzir nossa insegurança. Eles serão necessários e exigidos em seu devido tempo. Porém, será preciso mais para se estabelecer a confiança.


A confiança, é um sentimento secundário e complexo, ligado aos relacionamentos e por essa razão, precisa de tempo e deve ser trabalhada em etapas.


Está baseado na compilação de múltiplos sentimentos secundários e complexos ligados a experiência de cada indivíduo, que surgem a partir dos sentimentos primários aprendidos na infância.


São considerados sentimentos primários:

  • Medo;

  • Tristeza;

  • Raiva;

  • Nojo;

  • Surpresa;

  • Alegria;


Já os sentimentos secundários, base dos relacionamentos são:

  • Confiança;

  • Respeito;

  • Identificação;

  • Empatia;

  • Tolerância;

  • Parceria;

  • Reciprocidade;

  • Amizade;

  • Intimidade;

  • Gratidão;

  • Honestidade;


ree

Estratégia, planejamento e ferramentas


Por tudo isso, uma estratégia de relacionamento pode ser mais demorada e precisa de estratégia, planejamento e ferramentas para funcionar de forma eficiente.


O consumo começa antes da compra e vai além do uso, sendo necessário mapear sua persona ao longo das jornadas de consumo, compra e uso.


Estar atento a expectativa gerada com:

  • Prazos de entrega

  • Qualidade

  • Performance

  • Atendimento

  • Solução de problemas

  • Durabilidade

  • Reposição


Também é importante lembrar que embora seu negócio possa ter mais de uma persona, é importante fazer uso da regra 80/20 e focar seus esforços e estratégias para entregar valor primeiro para as personas responsáveis por 80% do seu resultado.


Barras simbolizando a regra de Pareto 80/20
Regra de Pareto - atenção aos 20% responsáveis por 80% do seu resultado

Fica ligado que nos próximos posts vou falar da régua de relacionamento, jornadas e outras informações, que além de interessantes vão ajudar você no processo de inspirar seu público interno e externo.


Um forte abraço e te vejo logo ali!


Se quiser pontuar sobre algum tema comentado ou quiser saber mais a respeito de algo específico, é só deixar um comentário aqui!

Comentários


bottom of page